Faz dez anos, sim. Mas vale a reflexão,pois é bem atual.
Vamos ao trabalho!
2005
Tema: A efemeridade / transitoriedade dos fatos, dos
valores, das relações e seus efeitos no ser humano.
Verificamos hoje em dia que
tudo pode ser acessado de imediato, mas é efêmero / transitório: pode acabar
instantaneamente e ser substituído na mesma velocidade com que foi descoberto
ou vivido. Podemos chegar à constatação de que estamos envolvidos em relações
de superficialidade, em acúmulo de tarefas e imersos numa constante falta de
tempo.
Para auxiliar sua reflexão, leia os textos abaixo e a
seguir produza um artigo de opinião, com cerca de 25 linhas, em que você
desenvolva o tema proposto de forma clara, coerente e com argumentação bem
fundamentada. Não se esqueça de dar um título adequado ao seu texto.
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Texto 1
"Nunca a questão do olhar
esteve tão no centro do debate da cultura e das sociedades contemporâneas. Um
mundo onde tudo é produzido para ser visto, onde tudo se mostra ao olhar,
coloca necessariamente o ver como um problema. Aqui não existem mais véus nem
mistérios. Vivemos no universo da sobreexposição e da obscenidade, saturado de
clichês, onde a banalização e a descartabilidade das coisas e imagens foi
levada ao extremo. (...) O indivíduo contemporâneo é em primeiro lugar um
passageiro metropolitano: em permanente movimento, cada vez mais longe, cada
vez mais rápido. (...) A velocidade provoca, para aquele que avança num
veículo, um achatamento da paisagem. Quanto mais rápido o movimento, menos
profundidade as coisas têm, mais chapadas ficam, como se estivessem contra um
muro, contra uma tela. A cidade contemporânea corresponderia a este novo olhar.
Os seus prédios e habitantes passariam pelo mesmo processo de
superficialização, a paisagem urbana se confundindo com out-doors. O mundo se
converte num cenário, os indivíduos em personagens."
PEIXOTO, Nelson Brissac. O olhar do
estrangeiro. In: NOVAES, Adauto. (Org.) O Olhar. São Paulo: Companhia
das Letras, 1988, p. 361.
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Texto 2
"Parece claro que o mundo
está passando por uma reconfiguração. Os efeitos das profundas transformações
provocadas pela cultura digital sobre a formação de identidades, as questões
éticas e a variação de papéis sociais do indivíduo contemporâneo foram
abordados pelas duas principais estrelas do Seminário no Rio ["O Eu em
rede: A subjetividade na cultura digital"], os filósofos franceses Edgar
Morin e Jean Baudrillard. Uma curiosidade é que o pensador Baudrillard foi
citado/homenageado no primeiro filme da série Matrix, na cena em que o
personagem Neo (Keanu Reeves) esconde seus programas piratas dentro de um
exemplar do livro Simulacros e Simulações. (...) Segundo os filósofos, todos se
transformam em atores do espetáculo total da realidade, como nos atos
televisivos imediatos dos reality shows. Cada indivíduo é uma reprodução de um
eu genérico, conectado em rede e em perpétuo feedback comunicacional. É o novo
fundamentalismo do circuito integrado: o indivíduo sozinho já se torna massa.
(...) Outro aspecto delicado é que os critérios pragmáticos e até mesmo o
vocabulário operativo da tecnologia se sobrepõem cada vez mais à reflexão sobre
o sentido da vida. A eficácia prevalece sobre os conceitos de justo, certo e
bom."
TRIGO, Luciano. A realidade existe?.
In: Continente Multicultural, edição no 31, jul 2003.
http://www.continentemulticultural.com.br/revista031/materia.asp?m-Capa&s=1
http://www.continentemulticultural.com.br/revista031/materia.asp?m-Capa&s=1
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